quinta-feira, 12 de março de 2009

Era só uma pizza!!!


Estou cansada! Cansada de ficar pulando num pé só, de um lado pro outro... E tudo isso porque eu fui comer uma pizza no sábado passado!

Não, eu não comi pizza de Saci Pererê... Tá achando isso aqui conversa de maluco? Eu me auto-intitulo de Doida da Lua, não é de se esperar que as coisas na minha vida sejam normais, pelo amor de Deus...


Então, deixa eu contar como foi que eu fiquei pulando depois de comer uma pizza...


Ir à pizzaria no fim de semana é uma coisa normal e todo mundo gosta disso, né? Ainda mais se você está acompanhada de pessoas agradáveis, ouvindo uma boa música e tal.


Pra comemorar o emprego novo do meu cunhado, nós juntamos uma turma e nos reunimos ao redor de uma mesa com comida e bebida, como as pessoas sempre fazem quando querem festejar alguma coisa.


Já depois da pizza (pelo menos eu consegui comer...), me aconteceu um pequeno acidente de percurso. É... o acidente estava no percurso mesmo. Havia uma garrafa no meio do caminho. E no caminho do garçon. E isso não foi nenhum pouco poético...


Alguma pessoa bastante inteligente e atenta à segurança no local de trabalho, deixou uma garrafa no chão, no caminho das pessoas. O que é de se estranhar, porque nesse lugar não se tem o hábito de colocar garrafas embaixo das mesas. Mas ela estava lá. E o garçon também. Ele veio com uma bandeja enoooooooorme, cheia de coisas e por ter seu campo de visão reduzido, chutou a benedita da garrafa.


Acontece que, quando ele chutou o diabo da garrafa, ela bateu no chão, quebrou e... foi direto no pé de quem? Hein? Hein? No pé da Lanussa, é claro!! Porque, de todas aquelas pessoas que sentavam naquela mesa, eu, justamente EU, fui a sorteada.


Vocês não têm noção da força com que aquela coisa me atacou! Imaginem uma bala de revólver indo de encontro ao alvo... Era aquela garrafa indo de encontro ao meu calcanhar. A pancada foi tão grande e dolorida que, eu tive logo certeza de que tinha um enorme corte ali. Eu nem quis olhar pra confirmar, eu só estendi a perna pro Herlon e ele se encarregou de saber o quanto ainda tinha sobrado do meu pé.

O corte foi bem feio. Eu vou ser bem nojenta agora e dizer que um pedaço do meu calcanhar ficou pendurado só pela parte de cima.


Mas o que me assustou realmente foi quando as pessoas começaram a dizer que era melhor eu ir para um hospital e eu até pensei em dizer: "Qual é pessoas?! É só passar um algodãozinho e colocar um esparadrapo, que tá tudo ótimo!" O que eu nem cheguei a falar porque, tipo, eu acho que elas não iam me dar muita atenção mesmo.


O susto seguinte foi eu lembrar que estou sem plano de saúde e ouvir as pessoas repetirem que eu teria que fazer uso do nosso exelente serviço de saúde pública. Eu juro, comecei a tremer só de pensar. E eu tremi mais ainda quando as minhas suspeitas se concretizaram na minha frente, na forma de uma mulher gorda, feia e incompetente.


A atendente do hospital não deu a mínima pra gente. O Herlon estava quase colocando os bofes pra fora por ter que me carregar pra lá e pra cá e ela não se deu ao trabalho de abrir aquela bocona dela e nos dizer onde é que a gente conseguia um curativo. Na verdade, quem nos atendeu mesmo foi a moça da limpeza que estava sentada numa cadeira ao lado.

Ela nos disse onde se fazia o curativo e onde nós poderíamos sentar pra esperar o atendimento. E a mulher gorda nem se importou com o fato de que eu estava me desmanchando em sangue. Claro que não... O que é esse detalhe se comparado à importância dela colocar meu endereço numa ficha? Quer dizer, você pode estar morrendo ali, mas a mulher quer saber é do bairro onde você mora!!!


Os sustos não pararam por aí... Quando eu entrei na sala de sutura e vi a sujeira que tinha naquele lugar eu quase implorei que me deixassem morrer de hemorragia, porque, se eu não morresse por hemorragia, era óbvio que uma infecção ia conseguir fazer isso.


E eu acho que o enfermeiro preferiu a primeira opção... A falta de pressa em fazer aquele curativo deixou isso bem claro. O que era um pouquinho de sangue pingando no chão da sala dele? Depois era só passar um pedacinho de algodão ali, sem detergente nem nada, ou qualquer coisa que limpasse de verdade aquele chão imundo. Afinal, é preciso manter as características naturais do local, porque, é isso que faz ele ser único e tão... "acolhedor". Acolhedor de bactérias, eu quero dizer.


Quando ele disse que o corte precisaria de alguns pontos o meu desespero chegou ao limite do insuportável. Não por causa da dor... (ah, qual é? Foi por causa da dor também!), mas pelo fato de que aquela pessoa delicada iria enfiar agulhas no meu pé e eu estava enojada com a sujeira que habitava há séculos o lugar onde me obrigaram a ficar deitada.
Eu só conseguia pensar nos milhões de bactérias invadindo o meu corpo e de como havia sangue ali no mesmo lugar onde eu estava, minutos antes de eu entrar naquela sala. Sangue de outra pessoa, que eu nem sabia de onde vinha e não tinha sequer um paninho esterilizado ou uma toalha descartável ali em cima. Eeeeeeeeeeecccccccccaaaaaaaaa!!!! Como aquilo ali era nojeeeeeeeeeeeeento!!!!

Eu chorava. A cada vez que eu levantava um pouco a cabeça e olhava pra imundice que tinha na ponta da mesa, eu chorava mais. O Herlon me disse depois que as minhas lágrimas escorriam pela mesa de metal e ele conseguia ver a sujeira que elas levavam... Aaaaaarrrrrrgggghhhh!!!
O enfermeiro futucava o meu pé como se estivesse mexendo, assim, na cara da mãe dele. O Herlon ficou até com medo de reclamar e ele resolver brincar de Doutor Louco e fazer uma experência científica inédita com o meu calcanhar. Então, nós só tivemos que respirar fundo e esperar aquela sessão de trotura chinesa acabar.

O meu amor ficou comigo o tempo todo, enquanto o irmão mais novo e o primo dele esperavam lá fora. Eles não eram muito chegados em, tipo... sangue. E o Herlon foi forte e ficou me apertando enquanto o cara lá fazia ponto de cruz no meu pezinho delicado. Até que...

Até que eu senti a mão do Herlon se afrouxar no meu braço e, quando o açougueiro disse que eu já podia levantar, eu olhei para trás e vi o lugar mais limpo. "Cadê o Herlon, pelo amor de Deus?! Não me deixem aqui sozinha com esse Jack o Estripador!!" Eu não cheguei a gritar isso, porque logo o Elvis entrou na sala e me carregou lá pra fora. O pobre do meu amor tinha baixado a pressão de tanto ver aquele sujeito mexer no meu pé, como se estivesse temperando um filé de alcatra (rsrs).

Então, depois disso tudo, eu estou aqui, sem poder andar pra lugar nenhum e usando uma forma não muito convencional para me locomover. Eu tenho que ficar pulando num pé só pra poder ir ao banheiro ou à cozinha. Eu já utilizei todas as versões pra se sentar no sofá da sala. Minha bunda já deve ter um calo ou dois de tanto ficar sentada. Eu tenho que usar uma cadeira pra tomar banho. Eu não pude começar a academia esta semana. As minhas alunas estão levando um dever de casa vergonhoso pra escola porque a mãe é ausente e eu não posso ir até lá pra ensiná-las. Resumindo: a minha vida parou até, pelo menos, segunda-feira que vem, só porque eu fui comer uma pizza no sábado passado.


Por isso, pessoas... Cuidado! Comer pizza pode ser prejudicial à saúde!


E, tá bom! Eu sei, eu sei... eu tenho uma pequena queda para o drama, uma imaginação hiperativa e uma necessidade patológica de criar situações intensas na minha vida. Mas, qual é?! Vocês não iriam achar graça nenhuma se eu escrevesse aqui: "eu cortei o pé, costurei o pé e agora estou pulando feito canguru."rsrs


Não, esta não seria eu! E tudo que eu contei aqui é verdade! Eu aumento mas não invento!kkkkk
É isso aí!!

domingo, 1 de março de 2009

Um tesouro escondido.


Ontem eu arrumei o meu armário sem querer. É, sem querer. Tipo, eu estava procurando um papel com uma uma receita de frango e, quando dei por mim, tava arrumando o tal do armário. Tinha muita bagunça e eu joguei 10 quilos de papel fora.

Pra quem não sabe, eu sou a maníaca do papel. Ninguém pode me dar papel e pedir que eu guarde... Eu guardo mesmo! Aliás... não precisa nem me pedir um absurdo desses. E, mesmo com 10 quilos a menos de papel estocado, ainda ficou um montão, então daí vocês tiram a minha doença psicopata por papel.


Bem, o fato é que, em meio a esse papel todo, eu achei um poema do Nilson que ele me deu quando a gente estudava o terceiro ano do Ensino
Médio.

Eu olhei aquelas frases malucas e me deu um quentinho no coração ao mesmo tempo em que me veio a sua imagem na minha cabeça.

Nilson, eu queria que tu ainda estivesse aqui, pra continuar escrevendo esses poemas malucos e me pedir pra guardar, como este...

Mil segredos

Um dia eu estava pensando e falando

Um dia de noite, eram dez horas

Um dia de noite era meia noite e meia era dez e meia


Minha meia estava com meio chulé

O vento colorido e frio passava com seu cheiro de mulher

Mas mesmo assim, continuei sentado
Num banco redondo de quatro cantos

Estou lendo um jornal sem letras no reflexo da luz apagada

Com três manchetes seguintes:

"A ÁFRICA ERA RICA, HOJE ELA É POBRE"

"OS PAÍSES RICOS SÃO RICOS PORQUE ROUBARAM A ÁFRICA"

"A ÁFRICA ENRICOU OS RICOS E OS NOBRES"


Olhando para o céu, percebi que as estrelas eram gotas de mel

Pensei no meu segredo

Segredo é que tenho mil mulheres

Mas mil mulheres não me querem como seu segredo.
(Josenilson Ferreira de Lima)